Sandra

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Sandra Cristina Ramos

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Agenda 4 a distância postar comentário

Por Paulo Andrade, da Ascom/UFPE

Com uma iniciativa inovadora na área educacional, a professora Diana Maria Farias Pessoa, mestre em Educação pela UFPE, pesquisou o uso dos blogs no contexto da educação e concluiu que o uso dessa ferramenta é mínimo, principalmente em Pernambuco. Com o trabalho “Blogs Educacionais: uma caracterização a partir da Etnografia Virtual”, a educadora se propôs a analisar a convivência dos conhecimentos em Educação e em Informática, atualmente essenciais em nossa sociedade.

Diana, que tem graduação em Análise de Sistemas, especialização em Informática educacional, além de ensinar em instituições privadas de ensino superior em Pernambuco, defende em seu trabalho que “não há diálogo entres essas conhecimentos, pois, geralmente, o pessoal de informática só sabe de informática e o de educação, a mesma coisa”, atesta. A professora identificou, ainda, a dificuldade encontrada na pesquisa, pois, devido ao seu pioneirismo, quase não existe bibliografia sobre o tema.

O primeiro passo da pesquisa consistiu em dar uma classificação geral aos tipos de blogs existentes em quatro grandes grupos que são os blogs informativos; interativos/educativos; escolares/educacionais e diversos. A partir daí a professora definiu sua pesquisa em blogs voltados para educação pesquisando os blogs que entravam nessa caracterização. As possibilidades educacionais encontradas nesses blogs foram infinitas.

Na pesquisa, a professora enumerou aproximadamente onze fatores que tendem a trazer melhorias positivas para o ensino e aprendizagem, dentre eles a aproximação entre os alunos e os professores que trocam experiências em um plano mais descontraído. Segundo Diana, o professor pode, também, estabelecer elos mais fortes com seus alunos através dos blogs vinculando-os ao MSN, por exemplo. A maior aproximação pode fazer com que o professor conheça quais assuntos mais interessam seus alunos.

Outro ponto importante destacado no trabalho é a ponte que pode se estabelecer entre os próprios professores na troca de experiências de práticas pedagógicas. Professores de culturas totalmente diferentes podem interagir e selecionar o que podem trazer de bom para suas próprias práticas pedagógicas. E mais: a publicação dos chamados web fólios que são a divulgação dos trabalhos e pesquisas dos professores e dos próprios alunos nos blogs geram discussões em torno do tema. Enriquecendo os dois lados.

APLICAÇÕES – As aplicações pedagógicas são inúmeras desde publicar simples tarefas digitalizadas que só irá mudar o meio onde vai ser colocado, antes caderno agora blog, até atividades que provoquem o aluno a criar, escrever textos, fazer produções dos mais diversos formatos. Com uma diferença importante verificada durante a pesquisa: quando os alunos sabem que seu trabalho ou sua pesquisa irá ser vista por um público maior eles capricham muito mais no trabalho. É um incentivo a mais.

Existem vários usuários de blogs educacionais. Há aqueles, por exemplo, que caem de “paraquedas”, entrando neles aleatoriamente, e existem os próprios alunos, mas existe uma característica importante em relação a eles: quando os alunos se sentem obrigados a entrar nos blogs só o fazem porque são incitados e isto torna a atividade não prazerosa. O que instiga ao aluno a participar é o caráter de pessoalidade. O blog pode quebrar a coisa da hierarquia que existe na sala de aula. A pessoa pode se dirigir ao professor sem muito protocolo e vice-versa, como constatou a professora Diana em sua pesquisa. Outro importante ponto é a necessidade de atualização constante dos conteúdos para despertar o interesse dos alunos. Isto faz com que o blog fique movimentado.

INTERATIVIDADE – A professora pesquisou os tipos de interatividade em torno dos ambientes virtuais criados para a educação, ou seja, criados com a finalidade de construir sites de educação. Só existiam categorizados os tipos de interatividade baseados nesse ambiente. Contudo, o blog não foi criado no contexto educacional. Não tinha esse objetivo. Por isso a professora criou outras categorias que são muitas como, por exemplo, aluno/conteúdo; visitante/professor; escola/escola. Os blogs inicialmente eram relatórios publicados na internet e começou a ser usado para diferentes fins por conta da facilidade de uso. Não precisa entender de linguagem de programação ou de HTML para se fazer um blog. Daí a característica da interatividade nos blogs ser um processo muito mais rápido que em um site convencional. Tem a possibilidade da publicação instantânea. Antigamente os sites tinham um link “fale conosco” e quem sabe um dia você teria uma resposta. A resposta instantânea e um fator fundamental para promover a interatividade nos blogs.

PROFESSORES – Muitos professores têm uma dificuldade muito grande em utilizar o blog. Eles têm uma resistência enorme. “Quando se fala em blog nas salas dos professores, muitos torcem a rosto e dizem que blog é diário de adolescente na internet ou blog é um site de algum jornalista que não tem coragem de dizer o que pensa na verdade. Não se vê o blog como uma possibilidade de ampliação, como quebra das barreiras em sala de aula. Muitos professores ainda não conseguem ver isso” como destacou a professora Diana. Porém, às vezes essa repulsa por blogs é na verdade conseqüência da falta de intimidade dos professores com o computador. Existe ainda hoje professor sem email relata a autora da pesquisa.

Ainda hoje, nas universidades a professora não observou esse enfoque de ensinar a utilizar as tecnologias no processo educacional nos professores que estão sendo formados em educação. Não existe essa preocupação em aproximar da informática os professores que irão dar aula no futuro, pondera a professora. A professora expôs que este acréscimo da informática na educação não substituiria a pedagogia tradicional, mas ao contrario, apenas acrescentaria novas possibilidades à mesma.

A professora aconselha aos professores que querem entrar nesse mundo dos blogs procurarem outros professores que utilizam blogs em suas práticas pedagógicas. Porem, isso teria que partir do interesse do próprio professor. Outra dica é que o professor deve se desfazer do academicismo e tentar estabelecer uma linguagem que o aluno fale. Isso vai fazer com que o aluno visite aquele blog. Se o professor estabelecer uma linguagem acadêmica ele vai estabelecer contato com outros professores que estão no mesmo patamar. Porém, o principal problema encontrado na utilização dos blogs é a falta de tempo disponível dos professores para atualizar. O blog pede a dinamicidade. Por isso é importante organizar-se em metas de atualização para manter o blog dinâmico.

O governo poderia tentar alguma iniciativa de obrigar a cada escola ter um blog, seu web folio, os seus projetos e atividades publicados on-line. Isto incentivaria de uma forma imensa o uso dessa ferramenta. Se fosse feito um laboratório de como usar esses blogs com os professores acho que isso funcionaria. Porque existem outras iniciativas. Os professores receberam notebook, receberam incentivos pra comprar computadores, receberam incentivos pra uma série de coisas, mas e o incentivo para o uso em si das ferramentas e das potencialidades que a web 2.0 pode trazer? Argumenta a professora Diana.

Já que existe a falta de treinamento especifico para usos dos blogs a professora destaca a iniciativa de um professor do Rio de Janeiro que criou um curso no próprio blog de como um professor pode utilizar blogs para o ensino.

PERNAMBUCO – Estabelecendo uma escala de um a dez como parâmetro de comparação em relação ao Brasil. Pernambuco tem nota três em relação ao uso dos blogs no contexto educacional. Não existe um mapeamento de quantos blogs existem em Pernambuco, Bahia ou São Paulo por exemplo. Se uma pessoa cria um blog e nunca mais usa, ele fica no ar. É o que se denomina lixo eletrônico. Não é justo comparar esses blogs com os blogs que são todos os dias atualizados. Então foram pesquisados blogs que são realmente usados e em Pernambuco esse uso foi mínimo.

Não foi encontrado nenhum blog de escola pública em Pernambuco. Realidade muito diferente das escolas publica do sul e sudeste que têm blogs que são premiados anualmente em concursos por causas das atividades que disponibilizam em seus blogs. A professora observou ainda que não há nenhuma diferença entre blogs de escolas públicas e privadas.

Em Pernambuco também foi constatado que os pais não interagem nos blogs. Já em escolas em outras localidades como o sul os pais faziam questão de interagir no blog colocando comentários, elogiando professores, elogiando determinados projetos da escola. Da mesma forma havia a iniciativa das escolas de quererem ouvir a opinião dos pais e postar elas nos blogs.

ENSINO SUPERIOR – Existe uma diferença básica entre os blogs de instituições de ensino superior e de segundo grau. Os blogs de instituições de ensino superior têm um formato mais acadêmico. Servem, por exemplo, para divulgar estágios ou assuntos pertinentes aos cursos. Não existe um espaço de discussão.

4 comentários:

  1. Reflexão – Agenda 4 a distancia

    Ao Ler este artigo e fazendo ligação com a unidade 3 do modulo em estudo, pude perceber a utilidade dos blogs para a educação. Pelo pouco que conheço de blogs, pois sou pesquisadora de blogs educativos, só não tinha um e com esta oportunidade acredito que poderei interagir mais e trocar experiências de praticas pedagógicas com mais pessoas.
    A pesquisa de Diana Maria Faria Pessoa mostra claramente que os blogs podem sim desenvolver o aprendizado dos alunos principalmente para os alunos do Ensino Médio e Ensino Superior. Já no Ensino fundamental e no Ensino Infantil os professores sim deveriam ter um blog, para interagir, trocar experiências com outros professores e postar atividades de seus alunos, mostrando a capacidade deles.
    Pela pouca experiência de dinamizadora do Laboratório de Informática Educacional (LIE), pude perceber que são poucos os professores que se interessa pela Educação Digital, muitos acreditam que sala do LIE é um espaço para descontração para o aluno e descanso para o professor. Acredito que, se fizerem um laboratório como diz Diana Maria, com os professores sobre blogs Talvez eles se interessassem mais pela Educação Digital e entenderiam que “ o pessoal da Informática são Educadores e os professores podem sim, fazer parte da informática” basta ter conhecimento e querer.
    Quando Diana Maria fala que professores não tem blogs e as vezes nem E-mail, apesar do governo ter mandado notebook, incentivos e montado sala do LIE nas escolas, é verdade. Mas temos que ver é a minaria que recebeu estes benefícios, e ainda mais quem recebeu não receberam formações para lidar com estes benefícios, como usá-los. Quem viu o jornal Nacional da Tv Globo esta semana, pode ver pilha de computadores em uma escola de Brasília, que não pode ser instalado por falta de estrutura da escola. Talvez falte interesse por parte de professores, diretores e demais responsáveis pela educação, se cada um se interessasse em utilizar as tecnologias no processo educacional, a educação melhoraria, não basta só apontar os professores temos que olhar toda conjuntura educacional.
    Se todos comprometerem seriamente com a educação, eu acredito que o professor terá mais intimidade com esta maquina que nos conecta ao mundo.

    Regina Márcia Guedes de Souza

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  2. O que é Blogs, quais seus benefícios e como trabalhá-lo com seus alunos.


    O brog é um meio virtual e inovador de suma importância na educação, ou seja espaço disponível, para pesquisa, debates e discussão e interação em assuntos diversos.
    As vantagens pedagógicas são inúmeras, pois incita ao aluno a criar, escrever texto,fazer produção dos mais diversos formatos.
    O Blog perde a hierarquia que exeste na sala de aula. O aluno pode se dirigir ao professor sem muito protocolo e vice-versa, como constatou a professora Daiana em sua pesquisa.
    Imagino que a melhor forma de trabalhar o blog com os alunos em sala de aula, seria interagindo e incentivando-os, em suas produções escrita.

    Ângela Maria

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  3. Eu concluo que blog é um diário eletrônico na web, e que as pessoas escrevem o que acontece no seu dia-a-dia e compartilha suas opiniões com outras pessoas, que pensam deferentes ou tem opiniões iguais e podem criticar ou concordar. O diário eletrônico também pode ser uma forma de ajudar pessoas psicologicamente, pois através do diário eletrônico elas podem praticar uma forma de terapia, que pode fazer repensar melhor e compreender a si mesmo. O blog também pode trazer noticias sobre o que esta acontecendo no mundo e pode ajudar as pessoas na educação, por existir educadores que o usam como um recurso pedagógico.

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